Marcelly Emanuelle Martins conquistou essa semana um passo que com certeza mudará sua vida. Nascida Matheus, conta que desde muito jovem não se sentia do sexo masculino e sim uma menina.
O termo transsexual foi
criado na primeira metade do século 20, a princípio como uma palavra de uso
médico, para denominar as pessoas que não se identificavam com o seu sexo
biológico.
De lá para cá, surgiu o
movimento trans, que ampliou esse debate, passando a lutar pelo reconhecimento
e direitos das diferentes existências fora da conformidade de gênero.
Veja abaixo uma entrevista que fiz com a Marcelly:
Michel: Qual seu nome completo?
Marcelly: Marcelly Emanuelle Martins.
Michel: Você tem q idade?
Marcelly: Tenho 21 anos
Michel: Mora em que bairro? Sempre morou em Rio Casca?
Marcelly: Eu moro no bairro Bela Vista, sim sempre morei aqui em Rio
Casca.
Michel: Quando e como percebeu que era trans?
Marcelly: Eu sempre me senti uma mulher desde criança, só que por medo
da aceitação e da reação da minha família eu vivia escondida, com medo de
demonstrar quem eu realmente era, só que o tempo foi passando e eu não estava
conseguindo mais controlar esse sentimento dentro de mim. No início de 2020 eu
decidi me assumir e foi daí que eu comecei a ser quem eu sou hoje.
Michel: E como foi o processo para alteração de documentos?
Marcelly: É um pouco burocrático por ser necessário retirar muitas certidões,
como certidão civil, federal estadual etc., mas com a ajuda das meninas do Cartório
de Registro Civil de Pessoas Naturais, foi “fácil”, pois elas me ajudaram muito
nesse quesito. No início quando eu mesma comecei a mexer fiquei um pouco perdida.
Michel: Quanto tempo demorou esse processo?
Marcelly: Tinha mais ou menos duas semanas que eu estava indo atrás de
algumas certidões , mas assim que as meninas deram início no processo com uma semana ficou
pronta a certidão.
Michel: Você passou por muito preconceito?
Marcelly: Muito! E até hoje quando passo algumas pessoas que não me
conhecem ainda, fazem certos tipos de comentários preconceituosos comigo.
Michel: Pode dar algum exemplo de situação que tenha sofrido
preconceito?
Marcelly: Uma vez eu estava passando na rua e uma mulher olhou para a amiga
ao lado e começou a rir num tom de deboche , dizendo baixo com amiga que eu
nunca seria uma mulher, pois nasci homem.
Michel: E como foi a aceitação da sua família?
Marcelly: Bom, no início foi meio difícil pra eles aceitarem, por não
saberem ainda o que é ser trans, mas hoje em dia é bem de boa o relacionamento
com a minha família, eles respeitam.
Ah! E não posso deixar de falar que nisso tudo a minha irmã
vem sendo meu alicerce, pois ela me motiva muito a continuar e tem sido uma
força para enfrentar todo preconceito da sociedade.
Michel: Você acredita que algo vá mudar com a alteração do
documento, ou fez por realização pessoal?
Marcelly: Acredito que sim. Quero que isso se torne algo motivacional
a todas meninas trans, que isso encoraje
elas a serem quem são e correrem atrás do direito delas de serem
reconhecidas.
Michel: O que você diria para quem tem preconceito?
Marcelly: Que eles se coloquem no nosso lugar e aprendam a respeitar
todas pessoas independente de sexo, cor, gênero, raça ou religião. Que eles
saibam praticar o ato mais lindo que Jesus deixou a todos que é o amor ao
próximo.
Michel: Tem mais alguma coisa que queira acrescentar?
Marcelly: Quero desejar força e coragem a todas meninas e meninos trans,
que estão nessa luta junto a mim, JUNTOS VENCEREMOS O PRECONCEITO.
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