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“Por detrás disso tem outra podriqueira”, disse Teresinha, que vai cuidar dos netos. Foto: O Tempo |
Mãe de mulher que assumiu assassinato de jovem para roubar bebê diz que filha não agiu sozinha
Ponte Nova. Em vez de Bernardo, conforme a escolha dos pais verdadeiros, o filho da grávida de nove meses morta na sexta-feira em Ponte Nova, na Zona da Mata, foi registrado como Vítor Patrocínio da Silva. A delegada regional da cidade, Iara Gomes, informou que o registro foi feito na segunda-feira, com data de nascimento do dia 26 de junho. A ousadia da principal suspeita do crime, Gilmária Silva Patrocínio, 33, impressiona até a mãe dela. “O homem (companheiro) estava dando pulos de alegria, e eles até registraram (o menino)”, contou a cuidadora Teresinha Apolinário Lourenço, 62. Ela e a família têm vergonha dos atos de Gilmária. “Acho que criei um monstro”, contou em entrevista a O TEMPO.
Antes da prisão da filha, Teresinha já desconfiou que algo estava errado. “Ela não contou que estava grávida. Quando vi o menino, perguntei onde tinha o encontrado. Ela me disse que ganhou em casa e que bombeiros a levaram para o hospital”.
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Vítima. Motorista Júlio da Silva, 33, diz ter acreditado que bebê era filho dele e que se sente enganado. Foto: O Tempo |
A cuidadora achou estranho o fato de Gilmária não ter leite. “Eu não achei o menino parecido comigo”, afirmou. Segundo Teresinha, a filha levou a criança a sua casa no domingo, após deixar o hospital. Ela ficou com os familiares por 20 minutos e foi para a própria casa.
Apesar de reconhecer o envolvimento da filha com o crime, Teresinha tem dúvidas de como tudo aconteceu. “Ela não consegue matar uma galinha, como iria tirar uma criança viva e carregar um corpo?”, questiona. Para a mãe, Gilmária teve a ajuda de outra pessoa, que ainda não foi identificada. “Como mãe, juro que ela não agiu sozinha. Por detrás disso tem outra podriqueira”.
Abalo emocional. Com a filha presa, Teresinha vai precisar se desdobrar para cuidar dos quatro netos. Ela diz não ter condições de ficar em dois empregos – cuida de duas deficientes mentais e de uma senhora. “Que cabeça eu vou ter para trabalhar?”, desespera-se.
Teresinha não conseguiu advogado para o caso nem pôde ir à Defensoria Pública. “Não quero que minha filha fique no presídio, tenho medo. Mas agora ela está isolada, depois eu não sei”.
Investigações. O delegado do caso, Silvério Rocha Aguiar, informou que aguarda laudos das perícias para determinar a causa da morte de Patrícia e que a corporação trabalha para saber se tudo o que Gilmária confessou é verdade. Ela pode ser indiciada pelos crimes de sequestro e homicídio.
Por meio de sua assessoria de imprensa, o hospital Nossa Senhora das Dores, onde Gilmária se internou, informou que é praxe disponibilizar o documento para o registro e que não havia suspeita de crime quando o procedimento foi realizado.
Segundo a unidade, assim que se cogitou a hipótese de Gilmária não ser a mãe, a Polícia Civil foi informada. O hospital cooperou na realização de exames pedidos pela corporação.
Fonte: O Tempo
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